sábado, 29 de dezembro de 2018

E por acaso conheces os 5 momentos do jogo?!

Anda por aí muita confusão com sistemas tácticos, modelos de jogo, esquemas tácticos e por aí fora. 

Em baixo, deixo um excerto de um post que continua muito actual, sendo que, actualmente, a maioria dos treinadores parte do pressuposto que existem 5 momentos do jogo. 

Eu acho que ainda há um sexto momento😉, ficará para mais tarde. 

Não confundam sistemas tácticos com modelos ou esquemas tácticos. Sistemas tácticos há muitos (4-3-3 / 4-4-2 / 3-5-2 e por aí fora), e a palavra é mesmo esta - sistema táctico. As dinâmicas dos jogadores é que o põem em prática.
Anda também muita malta a lhe chamar outros nomes e só gera confusão. Estrutura organizacional e outras 'barbaridades', enfim...confusões que nunca passaram pelos cursos de treinadores. Nem os seus prelectores o permitiriam.

Abreviando:
- Modelo de jogo, é 'forma como cada treinador quer que a sua equipa jogue - a também chamada ideia de jogo . 
- Esquemas tácticos são as bolas paradas, defensivas e ofensivas. Ainda iremos um dia destes abordar tudo isso e muito mais. 
-Estratégia de jogo?, sim, também existe e é implementada conforme o adversário, no antes e principalmente durante o jogo. 

Quantos de nós já não pensamos nisso, para um determinado jogo?!…, - tenho de lhes arranjar várias cascas de banana (estratégias) para os tramar (adversários).


Por baixo da imagem em baixo, um excerto para se perceber melhor tudo isso. Ou não. Sublinhados da minha autoria. Fonte do FDF.

 

Que haja treinadores ou autores que se vangloriem de criar a sua própria «ciência», contendo a validade subjetiva que cada leitor possa atribuir, até não me faz grande confusão, mas negligenciar o significado das palavras da nossa língua materna é algo que transcende o admissível e só gera desinformação. 


Nas lides do treino desportivo e fora delas – sobretudo, nos muitos programas de análise futebolística ou «futeboleira» da televisão portuguesa – fala-se em fases, momentos, etapas, transições e afins, com um tamanho à-vontade somente comparável à actual barafunda do futebol português. 


Grave é esta desinformação partir de pessoas com responsabilidades formativas no fenómeno (treinadores, dirigentes, autores e professores). 


Se, para uns, há as fases ofensiva e defensiva do jogo, definidas por uma equipa deter ou não a posse de bola (Queiroz, 1983; Castelo, 2004), para outros o jogo tem quatro momentos: transição ofensiva, organização ofensiva, transição defensiva e organização defensiva (Silva, 2008; Daniel, 2016). 


Outros, ainda, defendem que, afinal, os quatro momentos devem ser cinco, pois os esquemas táticos – situações fixas do jogo ou bolas paradas – enquadram-se num contexto diferente dos demais «momentos». 


Infelizmente, não me parece que esteja a ser feito um esforço colectivo para que haja um consenso para a terminologia adotada. A assunção vigente é mais ou menos a seguinte: a cada ideia/teoria, a respectiva terminologia. A fase confunde-se com o momento e a etapa confunde-se com a fase. 


Quantos de nós não ouvimos já a célebre tirada «primeira fase de construção»? Sim, mas a construção não é uma etapa da fase ofensiva do jogo? 
Dentro da etapa de construção há fases? 
A construção é uma fase do momento de organização ofensiva? 
Pois bem, é a barafunda total. Já diz o ditado popular: «em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão». No caso, não falta pão, apenas consenso. 


Deste modo, é de todo útil que haja um esclarecimento cabal da terminologia e dos conceitos adotados no nosso futebol, para que todos possam aludir ao mesmo sem incorrer em interpretações erróneas ou ambíguas.

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