sábado, 23 de novembro de 2019

IMAGENS DO ÚLTIMO TREINO DO FLAMENGO ANTES DA FINAL DA LIBERTADORES

Mourinho e Jesus: a hora dos Mestres



O regresso de José Mourinho à actividade e o sucesso que está a bater à porta de Jorge Jesus colocam dois treinadores portugueses no centro das atenções.
São dois treinadores que aprecio. São dois Mestres, cada qual com as suas particularidades.

Sei que é relativo, mas para mim o futebol deixou de ser o mesmo quando José Mourinho perdeu o palco. Ele confessou várias vezes o seu sofrimento por não estar a viver o dia-a-dia do futebol como qualquer treinador gosta de fazer, isto é, dividido entre os relvados, os gabinetes e os bancos/área técnica, teve convites para regressar à actividade, mas resistiu sempre à força do dinheiro. Mourinho não precisa de dinheiro; precisa(va) de um projecto a devolver-lhe a paixão pelo futebol, e que fosse compatível com o seu desejo de demonstrar que é… ‘special’, único.

José Mourinho e Jorge Jesus são abissalmente diferentes, embora, nalguns pontos, muito iguais.

Desde logo, a diferença maior é académica e isso reflecte-se muito na área da comunicação. Mourinho é um ‘homem do Mundo’, fala várias línguas, e essa é uma vantagem que Jorge Jesus não tem mas que compensa — mesmo nesta área da comunicação — com outras valências. Se Mourinho é um treinador que utiliza a arte da comunicação para estar mais perto dos seus objectivos, Jorge Jesus também o faz. De maneiras diferentes, mas quase sempre com o mesmo grau de eficácia. Mourinho é mais elaborado, irónico, intelectualmente brutal quando acha ser necessário; Jesus tem aquele seu típico jeito de mastigar e tropeçar nas palavras, mas mesmo essa característica tem valor (mesmo que glosado) entre os receptores.

São os dois agradáveis e tratáveis fora de campo, mas chegam a ser intratáveis no seu ambiente de trabalho, quando algo escapa ao controlo e liderança. Hoje em dia, mais do que antigamente, face à evolução da vida e das próprias vicissitudes que marcam o chamado futebol dos milhões, os treinadores têm de saber APERTAR-E-AMAR ao mesmo tempo os jogadores, como se fosse um exercício de ‘ginástica cueca’, à Vasco Santana,  algo muito difícil e que só os melhores conseguem. E isso só se torna possível quando os jogadores acreditam nas ideias e no saber traduzido, diariamente, pelos treinadores.

Jorge Jesus evoluiu muito nesse sentido e não é por acaso que cresceram exponencialmente, nos últimos anos, os elogios feitos por atletas com quem trabalha ou já trabalhou; talvez Mourinho tenha algo ainda a fazer nesse campo, e esta passagem pelo Tottenham talvez nos revele um Mourinho menos implacável, ainda que muito senhor das suas ideias.

Estes são treinadores que ou se amam ou se odeiam, porque têm uma qualidade que aprecio nos seres humanos: assumem as suas diferenças e não são ‘híbridos’ como vemos, em profusão, por aí aos pontapés.

Mourinho teve um ano para reflectir e tenho a certeza que o fez. Mourinho não precisa de demonstrar nada a ninguém, porque a sua carreira e os resultados alcançados dizem quase tudo, mas na vida e nas profissões há sempre algo a mudar e a corrigir e não me admiraria nada que, apesar do seu trajecto vencedor —, não obstante as críticas recentes de que estaria ‘acabado’ —, Mourinho regresse agora melhor treinador, se isso é de facto possível, a avaliar por tudo aquilo que já conquistou.

Deixo desde já expressa a minha convicção: apesar do atraso actual dos ‘Spurs’, Mourinho vai aproximar o Tottenham dos lugares cimeiros e vai ser, de novo, um dos protagonistas da Premier League. O futebol sem ‘Mou’ não é a mesma coisa. Ele prepara tão bem os jogos como as conferências de imprensa, não deixa nada ao acaso.

Jorge Jesus está noutro patamar, porque saiu muito tarde de Portugal, por causa da língua. No entanto, como treinador, é dos melhores e aquilo que está a conseguir no Flamengo prova a sua apetência para transformar. Há um futebol com a marca Jesus — e se ele vencer hoje a Libertadores, na final com o River Plate, viverá porventura o dia mais inesquecível da sua vida. O sempre muito discutido endeusamento de Jorge Jesus em Portugal não vai saber a nada, se Jorge Jesus vencer a Libertadores e logo a seguir vencer o Brasileirão. Será a consagração do Deus-Jesus, mas o River Plate — é bom não esquecê-lo — tem uma palavra a dizer…

Em Portugal, muitos treinadores portugueses deixaram a sua marca, como José Maria Pedroto, Fernando Vaz, Artur Jorge, entre outros, mas Mourinho é mesmo especial (com um palmarés distintivo) e Jorge Jesus singularíssimo.

Cedo se percebeu que Portugal era demasiado pequeno para a ambição e o valor de José Mourinho e isso só não se percebeu mais cedo em Jorge Jesus por uma questão de maneira de estar. Mas também é certo que Jorge Jesus foi ficando em Portugal (sabendo-se pagar) porque há trinta anos, ou mesmo vinte, esqueceu-se de ir aprender inglês. Sucesso em Portugal, sucesso no Brasil, sucesso no futebol-irmão. Não é por acaso. Of course.
 

JARDIM DAS ESTRELAS **(2 estrelas)

Só panegíricos?

 
1. Bruno Fernandes no Tottenham, nesta reabertura da janela de transferências? Não me parece…

2. Mourinho estreia-se hoje (12H30), como treinador do Tottenham. A não perder.

3. Jorge Jesus tão perto da glória. Ele fez os portugueses aproximarem-se do futebol brasileiro e sul-americano. Esta final com o River Plate representa um dos dias mais importantes da sua vida.

4. Fábio Silva já tem uma cláusula de rescisão extraordinária: 125M€. Agora, só falta o resto. Trocos.
5. Pinto da Costa está enormemente enganado em relação à ponderação que faz entre       o  tempo extra de amores e ódios. 
A mania da perseguição e a intolerância à crítica (um clássico no futebol) prejudicam o FCP. 
O estado actual do clube, convenhamos, não admite (apenas) panegíricos.


O CACTO
Samaris fora?
Não se percebe

Record noticia que o Benfica procura colocação para 6 ‘excedentários’ do plantel. Faz sentido a estratégia da SAD benfiquista? Vejamos:

1. EBUEHI. Sim, faz sentido. Poucas oportunidades e muitas lesões. Nunca se afirmou.

2. CONTI. Sim, faz sentido. Nunca revelou qualidade ou potencial ao nível de Rúben Dias, Ferro ou mesmo Jardel.

3. FEJSA. Faz algum sentido, mas… O jogador sérvio chegou a ser a ‘válvula’ mais importante do sistema da equipa… É uma das principais vítimas da afirmação dos jogadores do Seixal (Florentino, no caso em apreço). Uma vítima de projecto.

4. ZIVKOVIC. Não, não faz sentido. Grande potencial. Capacidade desaproveitada. Um caso complexo que tem mais a ver com representantes e intermediações, e não com valor desportivo.

5. CAIO LUCAS. Faz algum sentido, porque só agora se percebeu que não vale mais do que Cervi… Flop de contratação.

6. SAMARIS. Não, não faz sentido. Zero. Ninguém percebe.
daqui

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Alguém sabe onde é a After Party Uribe?!

Uribe e a esposa na Gala dos Dragões De Ouro

 

COMO O FLAMENGO PREPARA A FINAL DA LIBERTADORES

É já no próximo sábado que o Flamengo de Jorge Jesus e de muitos outros portugueses disputará a final da Libertadores. 

Em baixo, um excelente vídeo dos bastidores de como o Flamengo tem vindo a preparar a final que aí vem. Esta reportagem é basicamente sobre as meias-finais com o Grémio.


quarta-feira, 20 de novembro de 2019

OS NOVOS INIMIGOS DE JOSÉ MOURINHO?!

Confesso que já fui mais simpatizante de José Mourinho do que actualmente. 

Partilhei isso mesmo com um amigo mal recebi esta noticia. Dizia-me ele e, com alguma razão - só resta saber com quem se vai 'pegar no interior do balneário' dos spurs. 

Espero que tenha sido uma fase má do Special One - as guerrinhas no Real, Chelsea (2ª passagem) e Manchester United. 

O treinador português tem um passado no futebol de meter inveja a qualquer um, merece que essas situações menos agradáveis sejam 'varridas para debaixo do tapete'. 

Desejo que Mourinho volte a ser o que já foi e seja muito feliz nesta 'nova empreitada'. 

terça-feira, 19 de novembro de 2019

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

OS BASTIDORES DO FLA DE JORGE JESUS

Aqui fica uma excelente reportagem sobre os bastidores do último jogo do Flamengo em Porto Alegre. O treinador português está em alta. Caso o vídeo desapareça do blogue, clique aqui.
A não perder também no último vídeo o percurso de JJ até agora.


 

domingo, 17 de novembro de 2019

Portugal está no EURO 2020

Não foi a qualificação que muitos desejariam, mas o que interessa é que já lá estamos


Quando se iniciar o próximo Euro 2020, podemos dizer à boca cheia: 

- Vamos defender o título de Campeões Europeus! 


…e, 


- somos o único país da europa que nos últimos 20 anos marcou presença assídua em todas as grandes competições internacionais a que tínhamos direito de participar! 


sábado, 16 de novembro de 2019

O Sporting e as claques no país do faz-de-conta




O tema das claques, que ganhou um novo élan com a tomada de posição do actual Conselho Diretivo do Sporting e do seu presidente, Frederico Varandas, está a ser discutido da pior forma ou, melhor dizendo, não está a ser analisado no contexto e na dimensão exactos.
1. Há uma corrente de opinião, sustentada por um lado no interesse da manutenção das mordomias e dos negócios de duas claques do Sporting e, por outro, na motivação de franjas oposicionistas cujo maior interesse é chegar ao poder, seja lá por onde for, que vê o posicionamento de Varandas como uma espécie de bóia de salvação, considerando o fraco desempenho da equipa de futebol, no primeiro ano de ‘autonomia varandista’, com treinador e jogadores escolhidos no âmbito da sua administração e consulado.

2. Não se pode misturar as coisas e é perigoso misturar as coisas. Há anos que o tema das claques foi abandonado e, por causa desse abandono, as claques foram ganhando— junto dos clubes, de Norte a Sul —  um poder inusitado e, repito, perigoso. Esse poder foi sendo consolidado com a total indiferença e cumplicidade das tutelas.

3. Toda a gente se lembra, no auge do processo ‘Apito Dourado’, das imagens do presidente do FC Porto à chegada ao tribunal rodeado de ‘seguranças’ da principal claque dos azuis-e-brancos.

4. Mais recentemente o que aconteceu na Academia do Sporting, cuja invasão  ocorre na sequência de um clima e de uma linguagem bélicas usadas pelo ex-presidente, inclusive contra a própria equipa e jogadores, colocou o tema das claques num patamar de perigosidade nunca antes visto.

5. Não cedendo aos caprichos das ditas claques e não alimentando as suas mordomias e negócios, o presidente dos ‘leões’ expôs-se como nunca. As ditas claques foram engordando e inchando ainda antes do ‘fenómeno’ Bruno de Carvalho (todos nos lembramos das problemáticas do eixo Godinho Lopes-Pereira Cristóvão), mas foi com ele que adquiriram a expressão máxima da influência e do peso na estrutura.

6. Um presidente entrar, recorrentemente, no relvado para, junto do sector das claques, fazer vénias de agradecimento pelo ‘apoio’ prestado foi mais uma das singularidades achadas no tempo mais lamentável da história do Sporting.

7. Quer dizer: para poderem ter o conforto da ‘segurança’, ou lá o que isso representa, e a disponibilidade dos ‘braços armados’, os presidentes de clubes representativos do futebol nacional como o FC Porto e o Sporting, em momentos e épocas diferentes, não se importaram de trocar esse apoio pela perda de autonomia e poder.

8. Quando, em Abril deste ano, o FC Porto foi a Vila do Conde empatar e hipotecar a réstia de esperança que ainda havia na reconquista do título, a humilhação sofrida por jogadores, treinadores e administradores correspondeu à cedência mais indigente e invertebrada que uma estrutura (supostamente forte) poderia protagonizar.

9. Isto anda tudo de pernas para o ar, completamente subvertido. E, repito: os clubes e os seus responsáveis alimentaram e acomodaram-se a um regime que é uma afronta a qualquer sociedade civilizada.

10. E ‘isto’ aconteceu debaixo do nariz do Estado, com claques organizadas ou não, sendo que em Portugal estar legalizado ou não estar legalizado vai dar ao mesmo. Ao mesmo regime genericamente de impunidade, perante a ameaça, o desrespeito — perante princípios basilares de urbanidade — e a violência.

11. O tempo que leva a amassar legislação e a criação de organismos de suposta Autoridade — a ineficácia tem sido (até agora) brutal. Conversa de chacha.

12. Vamos ser claros: os clubes dominantes e os governos andam a fazer pouco daqueles que não se revêem neste tipo de processos. Se quisessem acabar com isto, já o tinham feito. Hoje, há mecanismos fáceis de accionar segundo os quais qualquer espectador que se sente num determinado lugar dos estádios é potencialmente identificável.

13. Esta coisa-chique dos GOA torna a subversão ainda mais indigna, porque é legitimada. Pagar e financiar o apoio para quê? Deixem o livre arbítrio de puxar pelas equipas aos adeptos. Adeptos comuns. Adeptos sem agenda. Adeptos que apenas querem ver o seu clube ganhar e saibam aceitar a derrota.

14. Dá mais trabalho às polícias e uma concertação maior entre Ministérios? Sim, mas o poder político não pode continuar a fazer de conta. Este problema não é só do Sporting; é do FC Porto e do Benfica — e é do País.

15. O poder político tinha a obrigação de acabar com as claques, quando elas exorbitaram o objecto da sua existência. É muito difícil de entender a passividade de António Costa e até de Marcelo Rebelo de Sousa, perante este desfile de indignidades. Ou talvez não.

 
JARDIM DAS ESTRELAS
** (2 estrelas)

A escalar
o Everest?!…

1. Este ‘friozinho na barriga’, por causa do apuramento para o Euro-2020, é uma coisa extraordinária. Temos uma dupla jornada para fechar o apuramento, com a Lituânia e o Luxemburgo, e parece que vamos escalar o Everest ou o Mauna Kea.

2. É bom de ver que os apuramentos para as grandes competições está super facilitada para as selecções mais fortes. É o negócio e não confundamos (falsa) exigência com obrigação.

3. Fernando Santos, com os cuidados que sempre coloca em tudo, fez a gestão desta dupla jornada em pacote e não jogo a jogo. Neste caso, fez bem (a Lituânia joga…zero!) e deu a titularidade a jogadores que estão em evidência nas respectivas ligas. Exemplos? Rúben Neves, Pizzi e Gonçalo Paciência. Muito bem!

4. As hipérboles em relação a Cristiano Ronaldo (CR) estão na moda. Como está na moda CR contrair as hipérboles e os eufemismos. Uma coisa é certa: a caminhar para os 35 anos, CR tem de perceber que deve retirar-se ‘em alta’ e não ‘em baixa’… 

5. CR já está habituado a ter de lidar com os louvaminheiros do reino, que se sentam nas suas asas à procura, às vezes, de um grão de benefício ou com as invejinhas da idiossincrasia terráquea. Não é eterno, não é perfeito; apenas humano. A resposta tem sido tremenda mas nem todos os treinadores são como Fernando Santo(s). E isto - atenção - não é crítica; neste caso, é elogio…

 O CACTO

Os ‘frango-
-atiradores’
 

O ‘furacão Cindy’ fez algumas vítimas (Marchesín, Luís Diaz, Uribe e Saravia), mas a contabilidade dos estragos, no FC Porto, só será apurada no regresso das Seleções. O controlo dos danos ficou mais fácil, por causa da vitória no Bessa. Mas Sérgio Conceição continua demasiado exposto, seja por ‘défice de estrutura’, seja por vontade própria. Não é fácil o papel do treinador do FC Porto, com uma Administração que não administra e com uma Comunicação completamente desgovernada, sem saber muito bem em quem deve atirar. São os chamados frango-atiradores, especialistas em autogolos.

domingo, 10 de novembro de 2019

E foi assim em Alvalade e no Bessa

O DERBY

Hoje, é dia de derby na cidade do Porto - o conhecido Derby da Invicta!

Dirão alguns - mas já não tem a mesma alma de outros tempos. Talvez, mas com o Boavista na I Liga é sempre um jogo apaixonante, independentemente do lugar que ocupa na tabela classificativa.

Em baixo, um excelente programa do Porto Canal sobre esta rivalidade da cidade invicta e alguns resumos e reportagens de outros tempos.
No 2 º vídeo, a deslocação às Antas do 'Boavistão' já campeão na última jornada de 2000/2001. 
No 3º vídeo, uma final da Taça de Portugal e, por último, o primeiro Boavista - FC Porto que assisti ao vivo, um jogo de loucos dos axadrezados - venceram 4-1. Interessante ver as chamadas 'reportagens de cabine' desse derby, ou seja, o antes e depois de um derby desse calibre.

A REBELIÃO NO FC PORTO

Dos três grandes do nosso futebol, o FC Porto foi sempre quem melhor conseguiu 'blindar o seu balneário'. Não é fácil haver casos extra futebol como os que aconteceram na madrugada da passada sexta-feira. E quando os há, são 'abafados'. 

Mas, estamos noutros tempos e as redes sociais são tramadas.

Estes jogadores do FC Porto também andam pelas 'pontas dos cabelos' com Sérgio Conceição, são 'muitos casos e muitas guerrinhas' nos últimos tempos. Basta estarmos atentos às convocatórias e ao banco de suplentes dos últimos jogos e os castigos que Conceição tem aplicado (Marega, Alex Teles e outros). 
Nada disto invalida o mau comportamento dos sul americanos na última sexta-feira. Provavelmente outros jogadores também andam desanuviando, mas, com mais recato e inteligência. 
A SAD azul e branca tem que analisar o que se passa e ter mão pesada com essa gente.



sábado, 9 de novembro de 2019

BENFICA ISOLADO NA LIDERANÇA

O Benfica foi o primeiro dos três grandes a entrar em acção nesta 11ª jornada e conquistou três preciosos pontos nos Açores. 
Foi necessária muita paciência da rapaziada de Bruno Lage para chegar à vitória. O Santa Clara lutou muito e ao intervalo vencia por 1-0, mas no segundo tempo a experiência benfiquista veio ao de cima e o 1-2 final é inteiramente justo. 

Quem está a dar cabo de quem?




Os dois principais representantes portugueses além-fronteiras, Benfica e FC Porto, estão a revelar grandes dificuldades de afirmação no espaço europeu, com o Benfica muito perto de se ver apeado da Champions e o FC Porto a revelar dificuldades inesperadas, depois da ‘despromoção’ à Liga Europa. Vejamos:
BENFICA
1. É tempo de se dizer que este ‘projecto europeu’ do Benfica não faz sentido nenhum.


2. Não faz sentido nos termos em que está a ser implementado, e o Benfica está a pagar essa factura em termos de imagem europeia.

3. Faz sentido a aposta em jogadores da formação e faz sentido o investimento no Benfica Futebol Campus. Não faz sentido é a forma como se está a tratar essa aposta e esse investimento, colocando Bruno Lage numa posição difícil.

4. Rui Vitória foi o treinador escolhido para dar expressão à ideia de Luís Filipe Vieira e da administração. Foi preciso, primeiro, afastar Jorge Jesus, porque com Jorge Jesus não era possível partilhar as opções estritamente técnicas.

5. Esse afastamento era para ser por via diplomática, mas acabou por ser realizada com estrondo. Entre enganos e situações mal explicadas, Jorge Jesus foi parar ao Sporting.

6. O Benfica Futebol Campus é uma estrutura essencial – a melhor do País – e isso resultou (não se façam confusões) de uma ideia válida e indiscutível.

7. O Benfica tem actualmente nas suas fileiras um defesa-central que se soube afirmar no plano nacional – Rúben Dias – mas ainda está a fazer o seu caminho no plano internacional. É, neste momento, o ‘produto do Seixal’ mais utilizado na equipa comandada por Bruno Lage.

8. Este parece ser um bom exemplo da diferença que se estabelece entre o sucesso nacional e o êxito internacional.

9. A venda de João Félix por um número obsceno e fora de todas as lógicas resultantes do rendimento/valor de mercado gerou a ideia, perigosamente, de que era possível accionar um mecanismo de réplica anual, tendo como ponto de partida a operação realizada com João Félix, só possível face à carteira de influências de Jorge Mendes junto do Atlético Madrid e de outros circuitos (compensatórios) internacionais, muito mal explicados à opinião pública.

10. Face ao ‘exemplo’ de João Félix no Benfica, até se pode considerar ‘normal’ que haja alguém capaz de pensar que a ‘mina de ouro’ está encontrada e que, por via disso, agora só é preciso, explorar, explorar, porque as pepitas estão lá; só é preciso extraí-las, porque o garimpeiro faz o resto…

11. As coisas no futebol não são assim e, depois do debate interno que o Benfica promoveu e que terminou com a saída de Jorge Jesus, chega-se agora à conclusão de que ambos falharam o… ponto de equilíbrio.

12. Luís Filipe Vieira está totalmente equivocado quando defende que é possível chegar-se ao cume da Europa com 80 a 90% de jogadores da formação no plantel do Benfica. É uma utopia e uma tolice.

13. E chegamos ao ponto em que, aparentemente sentados no mesmo comprimento de onda, o Benfica está dar cabo de Lage e Lage está a dar cabo do Benfica (da imagem do Benfica, em termos europeus, esclareça-se).

14. O ‘Benfica Europeu’ não pode ser o que está à vista, comprometendo as promessas de Vieira e atirando Lage para o domínio do treinador-robô, cada vez mais parecido com Rui Vitória.

15. Comandado e manietado, e próximo porventura de ainda ser castigado, por não saber fazer o trabalho de casa.
FC PORTO


16. O FC Porto é um caso diferente. Desde logo porque não assenta em nenhuma ideia especial. É um caso de ‘gestão à vista’, muito mal dirigida, como se percebe pelos resultados financeiros apresentados.

17. O FC Porto chegou a ser (no século passado) um caso interessante de aproveitamento dos seus jovens talentos, mas depois entrou num carrossel de contratações e intermediações, que fizeram chocar várias tendências e gerar muitos conflitos internos.

18. O FC Porto sangrou demasiado, neste domínio, e nunca mais parece ter recuperado, com os administradores bem aninhados no conforto das suas mordomias.

19. Fábio Silva não é filho de um projecto. É produto de uma equipa de futebol (sub-17) que teve sucesso isolado numa competição europeia de prestígio (Youth League), com a marca da UEFA.

20. O FC Porto (apesar dos bons desempenhos europeus no passado recente) vive hoje preso às contradições e excessos da sua política de contratações e condicionado por um treinador (Sérgio Conceição) que ainda consegue, apesar de tudo, disfarçar muita incapacidade de resposta.

21. Os excessos verbais de Conceição até podem ter alguma a ver com a visão de impotência que se pressente à sua volta. Só assim se podem compreender, até, alguns desabafos do treinador… Quer dizer: o treinador sentir-se-á sempre fortemente desapoiado e a SAD do FC Porto já se deve sentir cansada de tanta pressão e condicionamento.

22. O FC Porto vive hoje sem projecto, com uma administração impotente e com um treinador que, pressionado por fora e pressionado por ele próprio, começou a cometer mais erros do que é habitual. No plano interno e, agora, na Liga Europa, como se viu em Glasgow.
JARDIM DAS ESTRELAS
Revolução física
... precisa-se!
* A Liga portuguesa está tendencialmente a afunilar-se cada vez mais: o Benfica a fazer o seu trajecto para ser dominador em Portugal, a beneficiar da instabilidade vivida pelo FC Porto, a dar sinais de que não está a ser fácil sarar as suas feridas (pontuais e estruturais);
*** É preciso aprofundar o debate interno sobre o futuro das competições em Portugal e analisar se, como estão a fazer a Bélgica e a Holanda, não faria sentido estudar a viabilização de uma Liga Ibérica a sério, com ganhos em diversas frentes;
** Para além da diferença de orçamentos, joga-se pouco em Portugal. É um futebol posicional, com pouca dinâmica e apelo a altos níveis físicos.
*Em Agosto, as queixas são da intensidade e das ‘cargas’ da pré-época. Em Setembro, começa a ficar tudo cansado. Em Novembro, o cansaço domina quase em absoluto as conversas dos treinadores, sobretudo em semanas europeias. Até cansa!
*A nossa Liga não será nada enquanto os jogadores não estiverem preparados apara (mais) altas rotações. Precisa-se de uma ‘revolução física’!
*** É de louvar o esforço do V. Guimarães ‘ de Ivo Vieira’ em apresentar um futebol atractivo e positivo.
** O Sporting cumpriu a sua obrigação, vencendo a fraca equipa do Rosenborg, mas está também a contribuir para esta ideia de que a qualidade de jogo está a diminuir entre as equipas portuguesas. Embora o caso do Sporting envolva outras nuances bem mais complexas…
*** Não deixa de ser interessante que o SP. Braga tem estado muito bem na Liga Europa e muito abaixo das expectativas na Liga portuguesa. Há também uma questão de mentalidade e profissionalismo a debater?…
O CACTO
O marketing e os símbolos
Esta questão do marketing está a dar cabo da identidade das equipas: o FC Porto joga de amarelo, o Sporting de verde/azul escuro e o Benfica de cinzento. Não deveriam trocar apenas quando os equipamentos se confundem com os dos adversários?
daqui

Bardamerda para a maioria dos analistas

  Ansioso para ler e ver o que tem a dizer os 'cientistas da bola', depois de anteontem o Barcelona ter 'empacotado' 8 batat...