domingo, 31 de maio de 2020

O BRASIL CAMPEÃO DO MUNDO EM 1970

Domingo, 21 Junho de 1970 - 19h00 - Estádio Azteca na Cidade do México, com 107412 espectadores para assistir ao Brasil - Itália. Ficha do jogo, aqui

Em baixo, dois excelentes documentários sobre a selecção brasileira que, orientada por Mário Zagallo, conquistou esse mundial disputado no México. 
O resumo da final e já a cores😂  no último vídeo.

 

MÍSTER ROY HODGSON

Mais uma excelente entrevista com um excelente treinador. Ver currículo, aqui.


 

Fonte: TV2RIPS

sábado, 30 de maio de 2020

"PINTO DA COSTA RISCOU BAÍA"

O meu amigo António Boronha, ex-presidente do Farense e ex-vice presidente da FPF, continua a ser o que sempre foi - directo e frontal. 

E, o que mais me 'consola', é que todos aqueles que são visados nunca o desmentem, ou melhor, não podem desmentir, 'fecham-se em copas' como se costuma dizer. 

Em baixo, a entrevista do próprio na última edição da revista Sábado.
(título do post da minha responsabilidade)


 

MÍSTER LOUIS VAN GAAL

Mais uma excelente entrevista com um excelente treinador. Ver currículo, aqui.

 

Fonte: TV2RIPS

sexta-feira, 29 de maio de 2020

CAMPO DE FUTEBOL - NÃO PERCAM ISTO

Inserido no Projeto European Fields, estreou esta sexta.feira o documentário Campo de Futebol, realizado pelo holandês Hans van der Meer e que retrata o futebol amador em Portugal. 

O destaque vai para as imagens de vários campos pelados, uma grande tradição no futebol luso. França, Bélgica, Itália e Inglaterra foram outros países com filmes neste projeto. 

Além do realizador, João Nuno Coelho (ligado a programas como Liga dos Últimos e A Grandiosa Enciclopédia do Ludopédio), Paulo Catrica e Rui Prata (ambos fotógrafos) estiveram na apresentação online do documentário.

daqui


quinta-feira, 28 de maio de 2020

MÍSTER CLAUDIO RANIERI

Mais uma excelente entrevista com um excelente treinador. O que este senhor fez na Premier League na época 2015/2016 não pode ser esquecido, não foi numa prova a eliminar durante um mês como por vezes acontece em provas de selecções. 

Foi sim, numa 'maratona' de 38 jogos e que acabou com o Leicester campeão contra todas as previsões. Mais, com 10 pontos de avanço para o 2.º classificado. Ver currículo, aqui.

 
Fonte: TV2RIPS

quarta-feira, 27 de maio de 2020

MISTER GÉRARD HOULLER

Mais uma excelente entrevista com um excelente treinador. Ver currículo, aqui.

 
Fonte: TV2RIPS

DISNEY



 1. Uma gelataria de Hong Kong criou o sabor a gás lacrimogéneo para recordar os protestos. Será que têm sabor a estupidez? Calma senhores dirigentes dos clubes portugueses, façam fila. Copo ou cone?

2. Frederico Varandas diz que o nosso futebol é doentio. O diagnóstico é bom, sem dúvida, falta a vacina da coragem contra o terrível vírus da autorregulação.

3. Nunca fui fã do estilo de liderança de Pedro Proença na Liga, mas adiantaria ter mão de ferro em trono de gelatina?

4. «Uma orquestra boliviana de flautas de pan está presa em castelo alemão rodeado por lobos.» Se eu não estivesse habituado ao futebol português, esta notícia (Blitz) até seria surpreendente.

5. A NBA está em negociações para acabar a época no complexo desportivo da Disney. Era uma ótima solução para a nossa Liga. Não nos faltam ratos e patetas.

6. Curioso: o regresso do campeonato fomentou a retoma de outros dois desportos: ginástica artística e tourada.

7. Acho muito bem que se tenha limitado ao máximo o número de estádios. 18 eram muitos, 15 é que é (talvez 16, vá).

8. Não vejo nenhum problema em os árbitros viajarem com as equipas. O único risco é comerem marisco para lá e um pacotinho de snacks para cá.

9. A ministra da Saúde não quer concentrações para assistir aos jogos. Imagino que as agressões entre claques também fiquem limitadas a pequenos grupos.

10. O Marselha contratou um Cientista de Informação Desportiva, para analisar dados. Lembro-me logo da frase épica de Manuel Cajuda. «Hoje fala-se em encurtamentos, transições multissetoriais, passe de primeira e segunda estação, mas ninguém fala do passe de m...»

11. Quase todos os dias são dias D em Alvalade: dívidas ou demissões. Assim não há clube que aguente.

12. O PAN quer impedir que os deputados tenham cargos no desporto. Só uma dúvida: a ideia é proteger os deputados da selva ou a selva dos deputados?

P. S. - Caro leitor, continue a cuidar-se e lembre-se: mais vale um desconfiado na mão do que dois desconfinados a voar.
daqui

terça-feira, 26 de maio de 2020

DUAS MORTES NA JUVE LEO

Infelizmente, ainda há alguns energúmenos das claques que continuam a fazer o que melhor sabem - merda. É bom que se diga que não há inocentes em nenhuma das claques que pululam neste país à beira mar plantado. 


Há também por aí, muito boa gente que quando há desgraças com adeptos do Sporting, associam logo às duas mortes lamentáveis que já aconteceram envolvendo adeptos do Benfica. É lamentável que tenham acontecido essas mortes, há muitas outras que também já aconteceram indirectamente e muita gente nem conhecimento teve. 

Agora, é bom relembrar que as DUAS mortes a que reportagem em baixo se refere, nada tiveram a ver com o rival de sempre do outro lado da segunda circular. 
Repito, é lamentável todas as mortes que tem acontecido envolvendo claques e não só, sou defensor que se castigue exemplarmente quem as comete ou quem está por detrás delas. 


E, o que aconteceu verdadeiramente nesse dia em Alvalade? 


Pois é...com a fúria que sentiam com chegada da comitiva do FC Porto, alguns adeptos leoninos estavam desejosos de bater palmas e oferecer pipocas?! 

Não meus amigos, queriam fazer porcaria e infelizmente o varandim cedeu. 

Que continuem a descansar em Paz? 

MÍSTER SVEN GORAN ERIKSSON

Não percam esta excelente entrevista com um dos melhores treinadores estrangeiros que passaram pelo nosso país. Ver currículo, aqui.


Fonte: TV2RIPS

sábado, 23 de maio de 2020

30 ANOS DO BENFICA - MILAN

Era um Benfica com grandes dirigentes, com destaque para Gaspar Ramos que soube fazer aquisições de nomeada para o Benfica andar sempre perto da glória europeia. 
Mas, lá está, o Benfica não conseguiu levantar a 'orelhuda' nessas duas finais de 1988 e 1990. Mas, só perdem finais quem lá está. Em baixo, um excelente trabalho do Tribuna Expresso e o resumo da final de 1990. 


Há 30 anos, o Benfica esteve pela última vez na final da Taça dos Campeões Europeus. E caiu frente ao melhor Milan que muitos se lembram

Foi no Estádio do Prater, em Viena, que o Benfica jogou a sua última final da precursora da Liga dos Campeões. Do outro lado estava o AC Milan de Sacchi, com Maldini, Baresi, Costacurta, Gullit, Ancelotti, Van Basten e Rijkaard, que haveria de marcar o único golo de um jogo muito equilibrado, tático, praticamente sem oportunidades. Toni e Vítor Paneira recordam à Tribuna Expresso aquele 23 de maio de 1990






PETER ROBINSON - EMPICS/GETTY

As maldições são coisas das nossas cabeças, mas no futebol que las hay, las hay. Por isso, nunca fiando. Terá sido esse o pensamento de Eusébio, quando em 1990, antes do Benfica defrontar o AC Milan no Estádio do Prater, na final da Taça dos Campeões Europeus daquele ano, visitou a sepultura de Bela Guttmann, falecido nove anos antes precisamente em Viena. 

Em 1962, depois de levar o Benfica a dois títulos europeus seguidos, o técnico húngaro, despeitado por não se sentir reconhecido na Luz, terá ditado que nem em 100 anos os encarnados voltariam a sagrar-se campeões europeus. 

Antes daquela final em Viena, o Benfica já trazia quatro derrotas em finais da Taça dos Campeões Europeus às costas, todas depois da dita maldição. Eusébio, homem de superstições, acreditou que aquela visita à campa do homem que o havia treinado nos anos 60, poderia reverter a praga.

Mas não. No final do jogo entre o Benfica de Eriksson e aquele super-AC Milan, a maldição de Guttmann sobreviveria - e sobrevive até hoje. Foi há exatamente 30 anos.
A 23 de maio de 1990, o Benfica voltava à final da precursora da Liga dos Campeões dois anos depois de perder nas grandes penalidades em Estugarda frente ao PSV. Veloso falhou então o penálti decisivo e falharia a final de 1990, castigado depois de levar um amarelo na mítica meia-final frente ao Marselha, que a mão de Vata resolveu. Antes disso, o Benfica tinha ultrapassado sem dificuldades o Derry City da Irlanda, o Honved da Hungria e o Dnipro da então URSS. E se o Marselha era uma das mais talentosas equipas da Europa naquele início dos anos 90, o AC Milan era, talvez, a melhor das melhores, mesmo que dentro de portas o scudetto tivesse fugido para o Nápoles de Maradona.
Na defesa, Tassotti, Baresi, Costacurta e Paolo Maldini; Rijkaard, Ancelotti no meio-campo e Ruud Gullit no apoio a Marco van Basten na frente - na sua biografia, “A minha história”, Sven-Goran Eriksson, escreve o que estava no pensamento de todos: “À partida, pareciam invencíveis”.
Mas Eriksson e o então adjunto Toni acreditavam na vitória. A Serie A havia terminado mais cedo, por causa do Mundial de 90, que a Itália organizaria no verão. Eriksson conta na sua biografia que acreditava que isso podia ser uma vantagem para o Benfica.
Ligamos a Toni, que dois anos antes era o técnico principal quando o Benfica caiu nas grandes penalidades na final europeia contra o PSV.
“Não me vai falar da maldição do Bela Guttmann, pois não?”, diz-nos, antes de soltar uma gargalhada. Três décadas depois, Toni não tem dúvidas que tanto frente aos holandeses como na final de 90, o Benfica estava longe de ser favorito
“Aquele Milan é o melhor Milan que eu me lembro. Ainda tenho uma cassete antiga, em VHS, de um jogo Bayern Munique-Milan do Arrigo Sacchi e aquilo é uma aula de trabalho de zona. É fantástico”, comenta, antes de passar para o jogo propriamente dito.





NEAL SIMPSON - EMPICS/GETTY

“Trabalhámos muito a organização defensiva para esse jogo porque tínhamos perdido o Veloso na meia-final com o Marselha. E então fizemos uma adaptação, com o Samuel. O próprio jogo veio a traduzir isso mesmo. Foi um jogo em que as oportunidades, quer de um lado quer do outro, não abundaram. Da nossa parte nem sei se aconteceram”, relembra Toni. “O Milan também não teve muitas. Foi um jogo marcadamente tático porque eles também não conseguiram impor a superioridade individual e coletiva que tinham, não a traduziram no jogo”.

Taticamente, o Benfica conseguiu quase sempre anular aquele poderoso Milan. Gullit e Van Basten raramente tiveram margem de manobra. Mas na hora de atacar, o Benfica pouco ou nada conseguiu frente àquela defesa de Arrigo Sacchi.

“O Benfica, face ao poderio do adversário, organizou-se bem. Não se demitiu de poder ganhar, mas perante uma equipa daquelas sabíamos que, ao expomo-nos mais, com certeza que as coisas poderiam ser diferentes. Da forma como o Benfica se organizou, o Milan não pode marcar uma superioridade tão grande como à priori se poderia pensar”, sublinha ainda o treinador português

E num jogo quase sempre equilibrado, o golo apareceu numa das únicas desatenções do Benfica: aos 67’ Rijkaard teve espaço, avançou até à baliza de Silvino e não falhou.
“Tínhamos consciência que íamos jogar contra aquela que era seguramente a melhor equipa da Europa. E que o Milan partia com um grau de favoritismo. Tínhamos de ser inteligentes, ia ser um jogo muito tático e todos sabiam que a equipa que cometesse menos erros era a que teria mais possibilidades de vencer”, relembra Vítor Paneira. “Nós cometemos um erro e foi fatal, um erro coletivo em que nós perdemos o controlo do corredor central e o Rijkaard foi por ali fora e fez o único golo”.
O Benfica tinha então a experiência de Eriksson, que conhecia bem o futebol italiano. “Batemo-nos de igual para igual, foi um jogo de equilíbrios e bastou um golo”, recorda ainda Paneira, que diz que num jogo tão fechado, aquele golo de Rijkaard foi uma espécie de sentença. “Percebemos ali que dificilmente conseguiríamos ganhar. Eu penso que era daqueles jogos para se resolver nas grandes penalidades, porque nenhuma equipa se sobrepôs à outra. Foi o jogo naquela edição da Taça dos Campeões Europeus em que o Milan menos dominou o adversário”, frisa ainda o antigo extremo direito, que jogou no Benfica entre 1988 e 1995.

UM SUPER-MILAN

Apesar dos títulos europeus em 1988/89 e 1989/90, o AC MIlan falharia no campeonato em Itália, onde só voltou a ser campeão em 1991/92. Mesmo não sendo totalmente dominante, aquela equipa ainda é hoje recordada como uma das melhores da história do futebol.
“Aquele trio holandês, quer física quer taticamente eram jogadores fabulosos”, diz Toni. “O Baresi, que era líbero, o Donadoni, que jogava muito… mas não eram só os jogadores, era a forma como a equipa era treinada. Os princípios da zona estavam todos ali, era uma equipa curtíssima, compacta, que atacava e defendia sempre muito junta entre os setores e isso era fruto da ideia e da concepção que o Sacchi tinha”, explica ainda o então treinador-adjunto do Benfica.
ALESSANDRO SABATTINI/GETTY
Vítor Paneira, que nesse 23 de maio de 1990 teve como polícia um tal de Paolo Maldini (“Para mim, um dos melhores laterais de sempre”), lembra que aquele Milan era “a base da seleção italiana e também da seleção holandesa” da altura. “Era uma equipa poderosa pelas individualidades, pelo coletivo, pelo jogo tático e pela inteligência e frieza que tinha”, recorda. Mas o agora treinador lembra também que aquele Benfica vinha de duas finais europeias em três anos: “Estávamos a voltar a colocar o Benfica no topo do panorama internacional”. E a frustração de perder duas finais europeias por quase nada.
E depois há aqueles pormenores que se jogam fora de campo e para os quais o futebol italiano estava então bem mais preparado do que o português.
“Acho que cometemos alguns erros na preparação”, revela Paneira. “A final foi em Viena e o Milan fechou um hotel para a equipa. Ninguém podia entrar nesse hotel. E nós fomos para um hotel em que tínhamos 100 jornalistas à porta, milhares de adeptos a entrarem pelo hall de entrada, a tirar fotografias”. Isto porque, diz o antigo jogador dos encarnados, “o Benfica é o clube do povo”, que está sempre próximo dos adeptos. “Mas isso hoje em dia é impensável, há uma maior proteção das equipas. Não foi um erro propositado, mas estávamos expostos ao contacto, ao adepto, à fotografia, ao autógrafo, enquanto o Milan fretou um avião e ficou num hotel isolado, fora da cidade. Também é isso que faz uma equipa ganhar e há 30 anos já havia equipas a prepararem-se de uma forma mais rigorosa. Não vou dizer profissional, porque nós também éramos profissionais”.
O Benfica, que começou a época de forma demolidora, acabaria aquele 1989/90 sem títulos. “Uma época em que o Benfica não ganhe troféus é uma época de insucessos, embora uma presença na final da Liga dos Campeões seja muito importante. Ajuda a apaziguar a dor, mas não é suficiente”, diz-nos Vítor Paneira.

Foi a última vez que o Benfica esteve numa final da Taça dos Campeões Europeus/Liga dos Campeões. Chegaria à final da Liga Europa em 2013 e 2014, mas a maldição de Guttmann continua a pairar.

PEDRO PROENÇA SEM FUGA POSSÍVEL



 Ao longo da minha vida profissional enquanto crítico, vem acontecendo com regularidade antecipar cenários, muitos dos quais se concretizam, como voltou a ocorrer agora com a situação difícil que Pedro Proença está a viver como presidente da Liga, muito acossado e com a cabeça a prémio na AG já aprazada para 9 de Junho.
Na verdade, assinalei há algumas semanas, mais concretamente em 4 de Maio, por força da gestão da crise pandémica que Pedro Proença vinha fazendo, e do mau-estar entretanto gerado, revelando algumas flutuações entre o discurso oficial e o discurso oficioso mantido com os clubes profissionais, que o líder da Liga Portugal "está a cavar a sua própria sepultura" e que "terá muitas dificuldades em seguir como presidente da Liga".

Bem dito, bem feito, como se está a verificar duas semanas depois.

Gerei essa convicção em função de alguns erros cometidos por Pedro Proença que se foram acumulando até perder a confiança de um conjunto significativo de clubes, alguns dos quais alojados em plena direcção, como por exemplo o Benfica e o Sporting.

O maior problema de Pedro Proença, que gera muitas proençadas, quase todas a provocarem efeitos contrários aos seus próprios desígnios e ambições, é querer ser… quem não pode ser.

Nos tempos de Gilberto Madail, por força do errático desempenho federativo, um presidente da Liga poderia ambicionar em ser mais do que uma Rainha de Inglaterra. A FPF entretanto modernizou-se, as selecções nacionais começaram a ganhar mais do que era habitual e a dupla Fernando Gomes/Tiago Craveiro foi conquistando junto do poder político (Governo e Presidência da República) e também nos areópagos internacionais uma base de crédito que antes não tinha.

Mudaram os protagonistas e mudaram as circunstâncias e é bom não esquecer que Proença apareceu na Liga, derrotando Luís Duque em eleições, seis meses depois de ter colocado ponto final na sua carreira de árbitro, sem nenhum lastro entanto dirigente desportivo.

Aliás, como sempre sublinhei, nunca me pareceu um bom princípio um ex-árbitro dirigir os destinos de uma Liga, mas essa é outra conversa e não cabe neste espaço de análise. Um ex-árbitro da qualidade de Pedro Proença deveria ter seguido a carreira no dirigismo da arbitragem, em cujo sector poderia ser muito mais útil…

Um presidente da Liga que se queira dar ao respeito tem de perceber as sensibilidades que existem na sua periferia, mas tem de definir um rumo e uma estratégia. Não pode andar subordinado aos humores, sempre muito oscilantes, dos principais protagonistas da bola indígena, e também não me pareceu um bom princípio recuperar os três emblemas maiores (Benfica, FC Porto e Sporting) para a direcção da Liga.

Pedro Proença quer ser o líder do futebol profissional e, neste processo, lidou muito mal com as ‘ingerências’ da FPF, que foi o interlocutor principal do Governo.

Não foi por acaso que o presidente da Liga foi, inicialmente, deixado para trás na reunião havida em São Bento entre membros do Governo e os três grandes, com a FPF.

Proença juntou-se ‘in extremis’ à comitiva e isso já era um sinal de profunda fragilidade, que deveria ter sido interpretada pelo presidente da Liga. Logo aí deveria ter colocado o lugar à disposição ou demitir-se para ganhar alguma respeitabilidade. Não o fazendo, ficou ainda mais frágil.

O presidente da Liga tem todo o direito em não querer ser a Rainha de Inglaterra e afirmar a sua liderança mas tem de perceber o ambiente que o rodeia e interpretar os sinais, sobretudo quando se está numa crise que coloca em causa a sustentabilidade de todo o edifício do futebol, e não apenas o do profissional.
As cartas que enviou para a presidência da República e para o ministro da Economia, à revelia de qualquer tipo de diálogo, quer com a FPF, quer com os clubes e Direção, ainda por cima sem resposta, denunciam total falta de sensibilidade para compreender o mundo que o rodeia.

E a humilhação de ouvir o presidente da República dizer que ainda não havia recebido a carta e que ela deveria estar nos serviços da presidência?!…

Pensou Proença que ninguém iria saber e seria possível fazer um brilharete?…

... Mas qual brilharete?! A questão do ‘sinal aberto’ corresponde a um tema sensível e até recomendável ser equacionado, mas no tempo certo, isto é, ANTES das dinâmicas de desconfinamento que o Governo foi anunciando.

Numa lógica de confinamento e para não haver a tentação das pessoas saírem de casa, o tema faria até sentido, na perspectiva da defesa da saúde pública e do controlo sanitário.

Houve, de facto, esse momento, quando o futebol se achava como uma das principais excepções ao confinamento – nunca houve percepção pública de que o campeonato não iria ser reatado –, mas enviar uma carta já neste tempo de desconfinamento, com um contrato de patrocínio em vigor (NOS) e em fase de potencial negociação para um novo acordo contratual, é algo absolutamente incompreensível.

Parece até ingenuidade.

O anúncio público da NOS em revelar a não intenção de não renovar esse contrato de patrocínio é uma machadada com efeitos previsíveis: a decapitação do actual presidente da Liga.

Pedro Proença está a ficar sem base de sustentação para prosseguir as suas funções e a demissão do Benfica da direcção da Liga era o passo que faltava para esvaziar e comprometer a sua liderança.

Acredita Pedro Proença que o FC Porto pode ser o pára-quedas que evite uma queda com estrondo, depois de ter sido empurrado do precipício?

Se for isso, e insistir até ao limite na lógica de sobrevivência, ficará com a sua imagem ainda mais comprometida.

Pedro Proença não tem escapatória possível: não é só a contestação de muitos clubes. É a posição da NOS e a indiferença total da Presidência da República, Governo e da própria FPF.

Pedro Proença perdeu o jogo e, se quer manter alguma dignidade, não meta a cabeça na areia.

Há duas semanas que se percebia a crescente fragilização do presidente da Liga. Os erros que se sucederam revelam, mais uma vez, como em tantas outras situações, que não basta querer; é preciso… poder.

O poder que nunca teve e achou ter. E o pouco que tinha… não soube geri-lo.

Game over.
daqui

Bardamerda para a maioria dos analistas

  Ansioso para ler e ver o que tem a dizer os 'cientistas da bola', depois de anteontem o Barcelona ter 'empacotado' 8 batat...