Os dois principais representantes portugueses além-fronteiras, Benfica e FC Porto, estão a revelar grandes dificuldades de afirmação no espaço europeu, com o Benfica muito perto de se ver apeado da Champions e o FC Porto a revelar dificuldades inesperadas, depois da ‘despromoção’ à Liga Europa. Vejamos:
BENFICA
1. É tempo de se dizer que este ‘projecto europeu’ do Benfica não faz sentido nenhum.
15. Comandado e manietado, e próximo porventura de ainda ser castigado, por não saber fazer o trabalho de casa.
2. Não faz sentido nos termos em que está a ser implementado, e o Benfica está a pagar essa factura em termos de imagem europeia.
3. Faz sentido a aposta em jogadores da formação e faz sentido o investimento no Benfica Futebol Campus. Não faz sentido é a forma como se está a tratar essa aposta e esse investimento, colocando Bruno Lage numa posição difícil.
4. Rui Vitória foi o treinador escolhido para dar expressão à ideia de Luís Filipe Vieira e da administração. Foi preciso, primeiro, afastar Jorge Jesus, porque com Jorge Jesus não era possível partilhar as opções estritamente técnicas.
5. Esse afastamento era para ser por via diplomática, mas acabou por ser realizada com estrondo. Entre enganos e situações mal explicadas, Jorge Jesus foi parar ao Sporting.
6. O Benfica Futebol Campus é uma estrutura essencial – a melhor do País – e isso resultou (não se façam confusões) de uma ideia válida e indiscutível.
7. O Benfica tem actualmente nas suas fileiras um defesa-central que se soube afirmar no plano nacional – Rúben Dias – mas ainda está a fazer o seu caminho no plano internacional. É, neste momento, o ‘produto do Seixal’ mais utilizado na equipa comandada por Bruno Lage.
8. Este parece ser um bom exemplo da diferença que se estabelece entre o sucesso nacional e o êxito internacional.
9. A venda de João Félix por um número obsceno e fora de todas as lógicas resultantes do rendimento/valor de mercado gerou a ideia, perigosamente, de que era possível accionar um mecanismo de réplica anual, tendo como ponto de partida a operação realizada com João Félix, só possível face à carteira de influências de Jorge Mendes junto do Atlético Madrid e de outros circuitos (compensatórios) internacionais, muito mal explicados à opinião pública.
10. Face ao ‘exemplo’ de João Félix no Benfica, até se pode considerar ‘normal’ que haja alguém capaz de pensar que a ‘mina de ouro’ está encontrada e que, por via disso, agora só é preciso, explorar, explorar, porque as pepitas estão lá; só é preciso extraí-las, porque o garimpeiro faz o resto…
11. As coisas no futebol não são assim e, depois do debate interno que o Benfica promoveu e que terminou com a saída de Jorge Jesus, chega-se agora à conclusão de que ambos falharam o… ponto de equilíbrio.
12. Luís Filipe Vieira está totalmente equivocado quando defende que é possível chegar-se ao cume da Europa com 80 a 90% de jogadores da formação no plantel do Benfica. É uma utopia e uma tolice.
13. E chegamos ao ponto em que, aparentemente sentados no mesmo comprimento de onda, o Benfica está dar cabo de Lage e Lage está a dar cabo do Benfica (da imagem do Benfica, em termos europeus, esclareça-se).
14. O ‘Benfica Europeu’ não pode ser o que está à vista, comprometendo as promessas de Vieira e atirando Lage para o domínio do treinador-robô, cada vez mais parecido com Rui Vitória.
FC PORTO
22. O FC Porto vive hoje sem projecto, com uma administração impotente e com um treinador que, pressionado por fora e pressionado por ele próprio, começou a cometer mais erros do que é habitual. No plano interno e, agora, na Liga Europa, como se viu em Glasgow.
16. O FC Porto é um caso diferente. Desde logo porque não assenta em nenhuma ideia especial. É um caso de ‘gestão à vista’, muito mal dirigida, como se percebe pelos resultados financeiros apresentados.
17. O FC Porto chegou a ser (no século passado) um caso interessante de aproveitamento dos seus jovens talentos, mas depois entrou num carrossel de contratações e intermediações, que fizeram chocar várias tendências e gerar muitos conflitos internos.
18. O FC Porto sangrou demasiado, neste domínio, e nunca mais parece ter recuperado, com os administradores bem aninhados no conforto das suas mordomias.
19. Fábio Silva não é filho de um projecto. É produto de uma equipa de futebol (sub-17) que teve sucesso isolado numa competição europeia de prestígio (Youth League), com a marca da UEFA.
20. O FC Porto (apesar dos bons desempenhos europeus no passado recente) vive hoje preso às contradições e excessos da sua política de contratações e condicionado por um treinador (Sérgio Conceição) que ainda consegue, apesar de tudo, disfarçar muita incapacidade de resposta.
21. Os excessos verbais de Conceição até podem ter alguma a ver com a visão de impotência que se pressente à sua volta. Só assim se podem compreender, até, alguns desabafos do treinador… Quer dizer: o treinador sentir-se-á sempre fortemente desapoiado e a SAD do FC Porto já se deve sentir cansada de tanta pressão e condicionamento.
JARDIM DAS ESTRELAS
Revolução física
... precisa-se!
... precisa-se!
* A Liga portuguesa está tendencialmente a afunilar-se cada vez mais: o Benfica a fazer o seu trajecto para ser dominador em Portugal, a beneficiar da instabilidade vivida pelo FC Porto, a dar sinais de que não está a ser fácil sarar as suas feridas (pontuais e estruturais);
*** É preciso aprofundar o debate interno sobre o futuro das competições em Portugal e analisar se, como estão a fazer a Bélgica e a Holanda, não faria sentido estudar a viabilização de uma Liga Ibérica a sério, com ganhos em diversas frentes;
** Para além da diferença de orçamentos, joga-se pouco em Portugal. É um futebol posicional, com pouca dinâmica e apelo a altos níveis físicos.
*Em Agosto, as queixas são da intensidade e das ‘cargas’ da pré-época. Em Setembro, começa a ficar tudo cansado. Em Novembro, o cansaço domina quase em absoluto as conversas dos treinadores, sobretudo em semanas europeias. Até cansa!
*A nossa Liga não será nada enquanto os jogadores não estiverem preparados apara (mais) altas rotações. Precisa-se de uma ‘revolução física’!
*** É de louvar o esforço do V. Guimarães ‘ de Ivo Vieira’ em apresentar um futebol atractivo e positivo.
** O Sporting cumpriu a sua obrigação, vencendo a fraca equipa do Rosenborg, mas está também a contribuir para esta ideia de que a qualidade de jogo está a diminuir entre as equipas portuguesas. Embora o caso do Sporting envolva outras nuances bem mais complexas…
*** Não deixa de ser interessante que o SP. Braga tem estado muito bem na Liga Europa e muito abaixo das expectativas na Liga portuguesa. Há também uma questão de mentalidade e profissionalismo a debater?…
*** É preciso aprofundar o debate interno sobre o futuro das competições em Portugal e analisar se, como estão a fazer a Bélgica e a Holanda, não faria sentido estudar a viabilização de uma Liga Ibérica a sério, com ganhos em diversas frentes;
** Para além da diferença de orçamentos, joga-se pouco em Portugal. É um futebol posicional, com pouca dinâmica e apelo a altos níveis físicos.
*Em Agosto, as queixas são da intensidade e das ‘cargas’ da pré-época. Em Setembro, começa a ficar tudo cansado. Em Novembro, o cansaço domina quase em absoluto as conversas dos treinadores, sobretudo em semanas europeias. Até cansa!
*A nossa Liga não será nada enquanto os jogadores não estiverem preparados apara (mais) altas rotações. Precisa-se de uma ‘revolução física’!
*** É de louvar o esforço do V. Guimarães ‘ de Ivo Vieira’ em apresentar um futebol atractivo e positivo.
** O Sporting cumpriu a sua obrigação, vencendo a fraca equipa do Rosenborg, mas está também a contribuir para esta ideia de que a qualidade de jogo está a diminuir entre as equipas portuguesas. Embora o caso do Sporting envolva outras nuances bem mais complexas…
*** Não deixa de ser interessante que o SP. Braga tem estado muito bem na Liga Europa e muito abaixo das expectativas na Liga portuguesa. Há também uma questão de mentalidade e profissionalismo a debater?…
O CACTO
O marketing e os símbolos
Esta questão do marketing está a dar cabo da identidade das equipas: o FC Porto joga de amarelo, o Sporting de verde/azul escuro e o Benfica de cinzento. Não deveriam trocar apenas quando os equipamentos se confundem com os dos adversários?
daqui
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