Nos dias e nas horas que antecederam o dérbi de ontem em Alvalade, antes de se conhecer a convocatória, muito se falou da possibilidade de Bruno Fernandes (não) jogar o dérbi. Com o conhecimento da lista de convocados de Jorge Silas adensou-se a ideia de que o capitão ia mesmo jogar. E jogou. Jogou com a qualidade a que nos foi habituando: influente na manobra, líder da equipa, o Sporting viciou-se em Bruno Fernandes. Como é que se faz o desmame?…
Muita coisa, entretanto, se disse sobre a sua anunciada saída de Alvalade. Por exemplo, que o Manchester United (MU) não ia permitir que Bruno Fernandes jogasse, por causa dos riscos que, nessas circunstâncias, correria, se na verdade o compromisso estivesse selado. A verdade é que, até ontem, à hora do jogo, não havia nenhum acordo. Se até quarta-feira o MU tivesse avançado com uma proposta formal do agrado dos leões, o que não aconteceu, o Sporting não teria outra hipótese se não libertar o seu capitão e Silas teria de preparar o jogo sem o jogador mais importante do plantel, como voltou a ver-se, ontem, frente ao Benfica.
Preto no branco: para além das conversas, que sempre existem muitas nestes contextos com os agentes - e é bom não esquecer que foi o empresário Miguel Pinho a puxar o superempresário Jorge Mendes para este negócio -, a única vez que MU (através de Ed Woodward) e o Sporting se sentaram à mesa para falarem desta operação foi há oito dias, na sexta-feira passada. A partir daí, saíram dezenas ou centenas de informações na comunicação social, o que funciona como um ‘barómetro’ para se perceber, fundamentalmente, o posicionamento dos empresários. A verdade é que, até ao começo do jogo, não surgiu em Alvalade nenhuma proposta formal. Quer dizer, depois da reunião entre MU e SCP em Londres, nada evoluiu, em concreto.
Não foi um bom sinal ter passado para a opinião pública manifestações de ‘choque’ entre Miguel Pinho e Jorge Mendes, que podem resultar da postura do Manchester United em relação aos dois empresários. O MU é um clube conhecido por não ser muito fácil nas questões de mercado e por não tomar decisões instantâneas - e talvez se tenha formado, entretanto, junto de Miguel Pinho (o ‘original’ representante de Bruno Fernandes) a convicção de a parceria com Mendes não ter tido, entretanto e até à data, o efeito desejado. Um ‘super’ tem de justificar a condição de ‘super’ porque, se não for assim, não vale a pena a concessão de um direito (há muito) adquirido…
Uma coisa é certa: o facto de o Manchester United não ter jogado a cartada final esta semana, antes do dérbi, representa o sinal de que o clube inglês ainda tem algumas reservas sobre matéria negocial, a qual poderá evoluir a partir de hoje, sendo que o prazo para o fecho do mercado de transferências ainda permite alguma gestão.
O Sporting só não está totalmente confortável no negócio, porque os seus responsáveis sabem que o dinheiro desta transferência, subtraídas as somas que é preciso descontar para entrarem nos cofres de outras entidades, é fundamental para a gestão das contas leoninas, a curto e médio prazos. De resto, Frederico Varandas sabe que tem um valor seguro no plantel, talvez ainda mais seguro em termos desportivos do que em termos financeiros, uma vez que neste domínio o risco parece ser maior, não obstante se saber que Bruno Fernandes não tem a idade, por exemplo, de João Félix.
Depois do dérbi de ontem, que não foi um grande espectáculo e voltou a conhecer (em mais uma provocação) o triste ‘espectáculo’ das tochas, o Sporting ficou a 19 pontos do Benfica, que está em Portugal noutro patamar, noutro estádio de desenvolvimento. E ficou a 19 pontos, contando com ‘o melhor jogador da Liga’ e, portanto, com o melhor jogador do Sporting. É bom que os leões tenham a noção de que, com ou sem Bruno Fernandes, e com ou sem Frederico Varandas, por causa dos erros de um passado mais ou menos longínquo, com ou sem Bruno de Carvalho, o Sporting ‘perdeu o comboio’ e só vai recuperar o seu lugar na ‘locomotiva’ do título se tiver a paciência necessária para se reorganizar, em vários domínios. Um Sporting fraco entre as suas hostes não pode ser forte no combate às marginalidades do futebol português.
NOTA - O FC Porto deu ontem sinais de esgotamento. A equipa parece acusar o peso de vestir em permanência o fato-macaco, é tudo muito suor, muito trabalho, mas falta ali um ‘jongleur’, e com a saída de Brahimi ainda há menos… classe. O plantel tem muitos operários, mas falta-lhe um maestro e mais violinos na orquestra. Com a vitória do Benfica em Alvalade e esta derrota portista, o campeonato parece entregue, mesmo com o clássico do Dragão à vista. Serão apenas os árbitros os grandes culpados?!…
Preto no branco: para além das conversas, que sempre existem muitas nestes contextos com os agentes - e é bom não esquecer que foi o empresário Miguel Pinho a puxar o superempresário Jorge Mendes para este negócio -, a única vez que MU (através de Ed Woodward) e o Sporting se sentaram à mesa para falarem desta operação foi há oito dias, na sexta-feira passada. A partir daí, saíram dezenas ou centenas de informações na comunicação social, o que funciona como um ‘barómetro’ para se perceber, fundamentalmente, o posicionamento dos empresários. A verdade é que, até ao começo do jogo, não surgiu em Alvalade nenhuma proposta formal. Quer dizer, depois da reunião entre MU e SCP em Londres, nada evoluiu, em concreto.
Não foi um bom sinal ter passado para a opinião pública manifestações de ‘choque’ entre Miguel Pinho e Jorge Mendes, que podem resultar da postura do Manchester United em relação aos dois empresários. O MU é um clube conhecido por não ser muito fácil nas questões de mercado e por não tomar decisões instantâneas - e talvez se tenha formado, entretanto, junto de Miguel Pinho (o ‘original’ representante de Bruno Fernandes) a convicção de a parceria com Mendes não ter tido, entretanto e até à data, o efeito desejado. Um ‘super’ tem de justificar a condição de ‘super’ porque, se não for assim, não vale a pena a concessão de um direito (há muito) adquirido…
Uma coisa é certa: o facto de o Manchester United não ter jogado a cartada final esta semana, antes do dérbi, representa o sinal de que o clube inglês ainda tem algumas reservas sobre matéria negocial, a qual poderá evoluir a partir de hoje, sendo que o prazo para o fecho do mercado de transferências ainda permite alguma gestão.
O Sporting só não está totalmente confortável no negócio, porque os seus responsáveis sabem que o dinheiro desta transferência, subtraídas as somas que é preciso descontar para entrarem nos cofres de outras entidades, é fundamental para a gestão das contas leoninas, a curto e médio prazos. De resto, Frederico Varandas sabe que tem um valor seguro no plantel, talvez ainda mais seguro em termos desportivos do que em termos financeiros, uma vez que neste domínio o risco parece ser maior, não obstante se saber que Bruno Fernandes não tem a idade, por exemplo, de João Félix.
Depois do dérbi de ontem, que não foi um grande espectáculo e voltou a conhecer (em mais uma provocação) o triste ‘espectáculo’ das tochas, o Sporting ficou a 19 pontos do Benfica, que está em Portugal noutro patamar, noutro estádio de desenvolvimento. E ficou a 19 pontos, contando com ‘o melhor jogador da Liga’ e, portanto, com o melhor jogador do Sporting. É bom que os leões tenham a noção de que, com ou sem Bruno Fernandes, e com ou sem Frederico Varandas, por causa dos erros de um passado mais ou menos longínquo, com ou sem Bruno de Carvalho, o Sporting ‘perdeu o comboio’ e só vai recuperar o seu lugar na ‘locomotiva’ do título se tiver a paciência necessária para se reorganizar, em vários domínios. Um Sporting fraco entre as suas hostes não pode ser forte no combate às marginalidades do futebol português.
NOTA - O FC Porto deu ontem sinais de esgotamento. A equipa parece acusar o peso de vestir em permanência o fato-macaco, é tudo muito suor, muito trabalho, mas falta ali um ‘jongleur’, e com a saída de Brahimi ainda há menos… classe. O plantel tem muitos operários, mas falta-lhe um maestro e mais violinos na orquestra. Com a vitória do Benfica em Alvalade e esta derrota portista, o campeonato parece entregue, mesmo com o clássico do Dragão à vista. Serão apenas os árbitros os grandes culpados?!…
Texto escrito com a antiga ortografia
JARDIM DAS ESTRELAS
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Sim, Amorim
Chegou a Braga e mudou um sistema de jogo que não é fácil de implementar. Três jogos, três vitórias, duas das quais fora, ontem no Dragão, com grande personalidade. Um treinador a estilhaçar o conceito à volta do (quarto) nível. Ou se tem ou não. Sim, Amorim!
O CACTO
Rui Pinto? Preocupante
Estava acusado pelo Ministério Publico de 147 crimes. Rui Pinto vai responder em julgamento por 93, entre os quais o de extorsão (à Doyen), que sempre me pareceu, a provar-se, a acusação mais grave, em todos os planos, não sendo julgado por todos os crimes de violação de correspondência que lhe eram apontados, uma vez que a juíza Cláudia Pina entendeu que - nos casos de não existência de queixa - a tramitação deveria concorrer a favor do arguido Rui Pinto. Penso que fui sempre muito claro em relação a este processo: Rui Pinto deve ser julgado pelos crimes que pode ter cometido ( o trânsito em julgado di-lo-á), mas no mínimo é perturbante que a justiça portuguesa não tenha dado um mínimo sinal de interesse sobre as matérias e os conhecimentos revelados por Rui Pinto. Temos observado, ao longo dos anos, a dificuldade de investigação dos assuntos relacionados com o futebol, são inúmeros os sinais de marginalidade, e isso deve ser devidamente interpretado pelo poder político (pouco mais de zero interesse nestas matérias) e pelos próprios agentes da justiça. Ou quem tem obrigação de zelar por estas coisas não quer ver as suas vidas vasculhadas nem se está para meter em sarilhos, ou então os poderes do futebol, que se relacionam com outros poderes, já tomaram conta disto tudo, algemando quem deveria ter as mãos e as consciências livres, de modo a poderem agir. Preocupante.
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