O FC Porto foi humilhado pelo Liverpool, nas eliminatórias da Champions da época passada, porque enfrentou um rival de topo sem ser capaz de definir o que pretendia em campo. Não pressionou, ficou encandeado pela qualidade do oponente e foi incapaz de contestar a corrente adversa antes de ser arrastado para a pior goleada de sempre do seu historial em casa na Europa. A lição é simples de entender e parece que já teve efeitos na forma como foi garantida a liderança na fase de grupos.
Para Sérgio Conceição, o desafio primordial passa por não permitir que as limitações de vária ordem que afetam os portistas, com as baixas de Marega e Corona à cabeça, se tornem uma desculpa mental para a equipa não ser ambiciosa no Estádio Olímpico. O FC Porto marcou sete golos fora de casa nas três primeiras deslocações europeias da época, mesmo com um penálti falhado na Alemanha, e o sucesso no duelo direto com os giallorossi impõe que, para além da linha defensiva imponente que o treinador tem andado a preparar (Casillas, Militão, Felipe, Pepe e Alex Telles com Danilo Pereira a apoiar no meio-campo), a ousadia de colocar a Roma em xeque não seja colocada na gaveta. A coragem, uma das imagens de marca de Conceição, é o caminho para que os recentes despistes internos sejam apagados por uma grande noite de Champions do FC Porto.
O Benfica tem todo o direito de levar o seu fulgor ao limite e ganhar por 10, 15 ou 20 a zero a quem bem entender. Todavia, o choro convulsivo de vários jogadores do Nacional, no termo do encontro, foi tocante. Há regras não escritas no futebol, e uma delas é que quem tem jogo das competições europeias a meio da semana não desperdiça energias a massacrar um oponente que já se encontra inanimado no tapete. Talvez seja apenas um problema de liderança, de deslumbramento ou somente o desejo de fazer tremer quem ainda está no topo sem poupar na escala sísmica. Seja como for, não é fácil encontrar um ângulo pelo qual o caso dos 10-0, já com um impacto global que alcançou mesmo locais improváveis, seja positivo para o futebol português. Não duvido é que, se Luisão ainda estivesse no ativo e exercesse funções de capitão, teria havido mais respeito em campo e os números do triunfo benquista, ainda que naturalmente volumosos, não teriam passado a linha vermelha do respeito pelos colegas de profissão a quem, entre o desespero e a vergonha, apenas restaram as lágrimas.
Artigo de Vítor Pinto no Jornal RecordO Benfica tem todo o direito de levar o seu fulgor ao limite e ganhar por 10, 15 ou 20 a zero a quem bem entender. Todavia, o choro convulsivo de vários jogadores do Nacional, no termo do encontro, foi tocante. Há regras não escritas no futebol, e uma delas é que quem tem jogo das competições europeias a meio da semana não desperdiça energias a massacrar um oponente que já se encontra inanimado no tapete. Talvez seja apenas um problema de liderança, de deslumbramento ou somente o desejo de fazer tremer quem ainda está no topo sem poupar na escala sísmica. Seja como for, não é fácil encontrar um ângulo pelo qual o caso dos 10-0, já com um impacto global que alcançou mesmo locais improváveis, seja positivo para o futebol português. Não duvido é que, se Luisão ainda estivesse no ativo e exercesse funções de capitão, teria havido mais respeito em campo e os números do triunfo benquista, ainda que naturalmente volumosos, não teriam passado a linha vermelha do respeito pelos colegas de profissão a quem, entre o desespero e a vergonha, apenas restaram as lágrimas.
Com Rennie isso passa.
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