Levanta-se um gajo de manhã, bem disposto, começa a dar uma 'vista de olhos' pelos jornais e leva logo com uma mentira destas.
Claro que foi por dinheiro, aliás, a desordem que Paulo Sousa diz que havia se fosse assim tanta, o Benfica não tinha 'espetado' 6 golos ao Sporting em Alvalade e logo de seguida vencido esse campeonato.
Sim, e com Paulo Sousa envergando a dorsal 6 dos leões. Como se diz na minha terra, vai 'mazé' pastar para outro lado.
RECORD - Recebeu algum convite do Sporting, depois da saída de José Peseiro?
PAULO SOUSA - Não existiu qualquer proposta formal.
R - Quando fala em regressar a Portugal refere-se aos três grandes?
PS - Em princípio sim.
R - Incluindo o Benfica?
PS - Não vejo motivo para que tal não possa acontecer.
R - Acha que o ‘verão quente’ de 1993 ficou arrumado?
PS - Da minha parte sim. Do Benfica em relação a mim não sei. Mas acredito que essa mágoa, ao fim de um quarto de século, também esteja ultrapassada.
R - Mas foi uma decisão radical e com repercussões vastas...
PS - Eu sei que foi. Hoje, ao contrário de outros tempos, com a maturidade e ensinamentos que a vida me deu, não me custa reconhecer que, provavelmente, tomaria decisões diferentes colocado perante os mesmos problemas.
R - Como analisa hoje o que aconteceu em 1993?
PS - Ao contrário do que muitos disseram, não saí do Benfica por dinheiro, apenas agi perante o cenário que me envolvia. Vi um clube no qual imperava a desordem, falta de ideias a todos os níveis e ausência de rumo desportivo. O próprio atual presidente o referiu, várias vezes, o estado em que encontrou o clube e para onde caminhava. Imperava a desordem e tive o impulso de sair. Aliás. ainda hoje, como treinador, atribuo importância decisiva a três fatores: qualidade no treino, competitividade no plantel e organização no clube. Sem isso, nada feito. Reconheço que foi uma decisão dura e difícil mas , em toda a minha carreira, foi sempre muito sério e profissional. Aquela pareceu-me a melhor decisão.
R - Nunca se sentiu, depois disso, um mal-amado no Benfica?
PS - Naquela altura, sim. Mas com o tempo creio que passou. Já que estamos a falar no assunto, posso até dizer-lhe que estive para regressar ao clube como jogador. Reconheço até que esse era o meu desejo.
R - Em que altura se verificou essa hipótese?
PS - Antes do Mundial’2002. Encetei um programa de preparação duríssimo, com o objetivo de estar na máxima forma nessa competição. Nessa altura, o Benfica abordou-me. O presidente era Manuel Vilarinho, com quem cheguei a reunir-me, e o treinador era Jesualdo Ferreira. Falámos e as coisas estiveram bem encaminhadas. Nesses contactos foi-me transmitida a importância de haver um líder no balneário, situação semelhante à que, de resto, encontrei no Espanyol.
R - Por que motivo a transação acabou por não se concretizar?
PS - Não me recordo. Sei que, no fim, as negociações não resultaram e acabei por transferir-me para Barcelona, com um contrato de três anos mais dois de diretor desportivo que, como se sabe, não cumpri. Depois do Campeonato do Mundo na Coreia do Sul acabei por decidir pendurar as botas. Mas acredito que se tivesse vindo para o Benfica teria jogado mais tempo. Estava disposto a aceitar qualquer proposta do clube.
R - Não sente, ainda hoje, que muitos adeptos nunca lhe perdoaram?
PS - Quando saí do Benfica, olhei, fundamentalmente, para o meu projeto de vida, ligado ao crescimento gradual de competências. Não posso dizer, de ciência certa, que o episódio foi ultrapassado. Tenho vários amigos benfiquistas, que encontro periodicamente, que sempre manifestaram a convicção de que sim. As pessoas viam como a encarnação de valores ligados ao Benfica, a mística acima de todos. E isso foi mais doloroso para quem me via como extensão de emoções nascidas nas bancadas. Aliás, essa é uma relação que, enquanto treinador, procuro estabelecer nas equipas que oriento.
daquiPS - Em princípio sim.
R - Incluindo o Benfica?
PS - Não vejo motivo para que tal não possa acontecer.
R - Acha que o ‘verão quente’ de 1993 ficou arrumado?
PS - Da minha parte sim. Do Benfica em relação a mim não sei. Mas acredito que essa mágoa, ao fim de um quarto de século, também esteja ultrapassada.
R - Mas foi uma decisão radical e com repercussões vastas...
PS - Eu sei que foi. Hoje, ao contrário de outros tempos, com a maturidade e ensinamentos que a vida me deu, não me custa reconhecer que, provavelmente, tomaria decisões diferentes colocado perante os mesmos problemas.
R - Como analisa hoje o que aconteceu em 1993?
PS - Ao contrário do que muitos disseram, não saí do Benfica por dinheiro, apenas agi perante o cenário que me envolvia. Vi um clube no qual imperava a desordem, falta de ideias a todos os níveis e ausência de rumo desportivo. O próprio atual presidente o referiu, várias vezes, o estado em que encontrou o clube e para onde caminhava. Imperava a desordem e tive o impulso de sair. Aliás. ainda hoje, como treinador, atribuo importância decisiva a três fatores: qualidade no treino, competitividade no plantel e organização no clube. Sem isso, nada feito. Reconheço que foi uma decisão dura e difícil mas , em toda a minha carreira, foi sempre muito sério e profissional. Aquela pareceu-me a melhor decisão.
R - Nunca se sentiu, depois disso, um mal-amado no Benfica?
PS - Naquela altura, sim. Mas com o tempo creio que passou. Já que estamos a falar no assunto, posso até dizer-lhe que estive para regressar ao clube como jogador. Reconheço até que esse era o meu desejo.
R - Em que altura se verificou essa hipótese?
PS - Antes do Mundial’2002. Encetei um programa de preparação duríssimo, com o objetivo de estar na máxima forma nessa competição. Nessa altura, o Benfica abordou-me. O presidente era Manuel Vilarinho, com quem cheguei a reunir-me, e o treinador era Jesualdo Ferreira. Falámos e as coisas estiveram bem encaminhadas. Nesses contactos foi-me transmitida a importância de haver um líder no balneário, situação semelhante à que, de resto, encontrei no Espanyol.
R - Por que motivo a transação acabou por não se concretizar?
PS - Não me recordo. Sei que, no fim, as negociações não resultaram e acabei por transferir-me para Barcelona, com um contrato de três anos mais dois de diretor desportivo que, como se sabe, não cumpri. Depois do Campeonato do Mundo na Coreia do Sul acabei por decidir pendurar as botas. Mas acredito que se tivesse vindo para o Benfica teria jogado mais tempo. Estava disposto a aceitar qualquer proposta do clube.
R - Não sente, ainda hoje, que muitos adeptos nunca lhe perdoaram?
PS - Quando saí do Benfica, olhei, fundamentalmente, para o meu projeto de vida, ligado ao crescimento gradual de competências. Não posso dizer, de ciência certa, que o episódio foi ultrapassado. Tenho vários amigos benfiquistas, que encontro periodicamente, que sempre manifestaram a convicção de que sim. As pessoas viam como a encarnação de valores ligados ao Benfica, a mística acima de todos. E isso foi mais doloroso para quem me via como extensão de emoções nascidas nas bancadas. Aliás, essa é uma relação que, enquanto treinador, procuro estabelecer nas equipas que oriento.
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