Sem tirar nem pôr, um excelente artigo do André Pipa no Jornal «A Bola» e partilhado no seu
facebook.
«ONTEM deliciei-me nestas páginas com o belíssimo artigo de uma pessoa que admiro há muitos anos, António Bagão Félix, que elogia as virtudes do futebol inglês, aquele que melhor que ninguém «concilia a indústria com o desportivismo e o entusiasmo» e onde «ninguém perde tempo a queixar-se de jogos a mais e a esmiuçar ad nauseam arbitragens que, na maioria das vezes, passam despercebidas».
É tudo verdade e por isso ainda mais deprimente o constraste com o futebol que temos por aqui – o jogado e o falado, sobretudo o segundo. Depois de ver o desportivismo de Pep Guardiola na hora de celebração - referiu o «magnifico rival Liverpool» - e o elogio sincero que Jurgen Klopp fez à «fantástica época do City», custa muito ter de seguir e porventura comentar a troca de dardos e insinuações carregadas de ódio, azedume e despeito entre os dois clubes – FC Porto e Benfica - que lutaram até à última jornada por um título que, tudo indica, vai ser justamente ganho pela equipa de Bruno Lage, absolutamente imperial na segunda volta.
É claro que as figuras, figurinhas e figurões que alimentam publica e subterraneamente esta longa e execrável guerra não teriam lugar no futebol inglês nem em qualquer campeonato altamente profissionalizado sem espaço para «chicos espertos» com queda para a traficância. E atenção que não me refiro só aos lugares tenentes.
Também o meu amigo de longa data Fernando Guerra, a próposito do campeonato doméstico, se referiu ontem no seu espaço de opinião ao «falatório para enganar o tempo e alimentar cenários alternativos que outro fim não têm se não o de encher de pecados a casa do vizinho para desviar as atenções do que se passa dentro da nossa própria casa».
Tem toda a razão o Fernando: sobretudo porque tanto o Benfica como FC Porto, os clubes praticantes e beneficiários do famigerado sistema, têm muitos pecados nos respectivos armários – uns mais actuais, outros mais antigos. E ambos sabem que o outro sabe o que a casa gasta (diz o roto para o nu, portanto)».
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