domingo, 25 de fevereiro de 2018

«Inácio trama Pedro Barbosa»



Esta é uma daquelas entrevistas que nos deixam perplexos. São daquelas que te obrigam a ir rever jogos de outros tempos, como é o caso do jogo a que Augusto Inácio se refere sobre Pedro Barbosa.

Foi também o tal jogo que Mourinho como treinador do Benfica, ficou cheio de moral e 'apertou' com Manuel Vilarinho para lhe renovar o contrato.
Acabou por sair do Benfica e nos dias seguintes esteve quase sendo apresentado como treinador do Sporting. Foi uma entrevista bem conduzida, mas faltou perguntar ao Inácio o porquê de em Guimarães ter aceite o bruxo Alexandrino para o ajudar num período complicado.

Mas vamos à entrevista de Augusto Inácio ao Tribuna Expresso.


Inácio, o treinador: “O Pedro Barbosa fez-me a cama no Sporting. Fez tudo para perdermos por 3-0 na Luz”


Augusto Inácio não tem dúvidas de que é muito mais difícil ser treinador do que jogador. Aos 63 anos, e sem papas na língua, conta como apanhou maus e bons balneários no seu percurso, revela como Bruno de Carvalho o convenceu a apoiá-lo e afirma que, se tivesse feito as pazes mais cedo com Jorge Jesus, se calhar ainda hoje estava no Sporting.



Quando arrumou as botas já sabia que queria ser treinador?
Já sabia o que queria, mas não sabia por onde começar. Queria pelo menos experimentar o que é isto de ser treinador. Tive oportunidade de ir para clubes da II Liga e esperei. Até que um dia à noite liga-me o Reinaldo Teles. “Queres vir ter com a gente que estou com o presidente? Queremos falar contigo. Vens aqui comer um pica no chão”. Fui ter com eles a um restaurante ao pé da Praça Velasquez. Estava o Pinto da Costa, o Reinaldo Teles e o dr. Vieira de Carvalho, presidente da Câmara da Maia. Perguntaram-me se queria petiscar, disse que não, mas que queria um whisky com duas pedras de gelo. E virei-me para o Reinaldo: “Dá-me aí um cigarro se faz favor”. O Pinto da Costa : “Whisky, cigarro?!”. “É presidente, o senhor Pedroto dizia-me ‘um dia que fores treinador, se não beberes uns whiskies, se não fumares uns cigarros e não perderes umas noites nunca vais ser treinador’. Já estou a começar, com o whisky e o cigarro, depois as noites vamos ver”. Eles começaram todos a rir-se.
Mas afinal foi lá para quê?
O Dr. Vieira de Carvalho queria que eu fosse treinar o Maia, que tinha subido à II divisão. Mas o Pinto da Costa queria que eu ficasse no FC Porto a treinar os juniores. A decisão era minha. O Vieira de Carvalho explica-me qual era o projeto e oferece-me quatro mil euros de salário. E o Reinaldo disse-me mais tarde que ele ia aos cinco. Mas eu quis ficar nos juniores do FC Porto, porque preferia começar por baixo. E quando vou para assinar contrato pelo FC Porto, de cinco mil euros que podia ganhar no Maia, fui ganhar mil euros no FC Porto (risos).
Já tinha o curso de treinador?
Já, tinha tirado com 30 anos. Preparei-me antes. Eu já com 28/29 anos perguntava ao Bitaites porque fazíamos este exercício e aquele e apontava, escrevia tudo. Foi assim que fui ganhando conhecimento. Depois pensava “Se fosses treinador o que dizias ao intervalo aos jogadores?”. E fazia a minha análise. O treinador falava, umas vezes coincidia com o que tinha pensado, outras vezes não, ou seja, já fazia uma avaliação das coisas.
Continuar  a ler a entrevista aqui

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